Saímos de La Paz no dia 30 de dezembro pela manhã e seguimos para Copacabana em um ônibus de turismo. Compramos a passagem em uma agência e pagamos 30 bolivianos por uma viagem de 4h com direito a travessia do lago Titicaca.
Alpacas em Tiquina
Tiquina, esperando pra atravessar o lago. O ônibus vai na balsa da esquerda e nós nos barquinhos da direita.
Ainda em Tiquina
Tiquina
Chegamos por volta das 13h em Copacabana, rodamos bastante pra encontrar um hotel ou hostel que fosse bonitinho e confortável já que passaríamos a virada do ano na cidade, a gente queria um lugar bem diferente do que ficamos em La Paz. Acabamos ficando no que eu namorava pela net antes da viagem mas que diziam não ter vaga. Chegamos na cara de pau e um casal que havia feito a reserva não foi. "Roubamos" o quarto deles. O La Cúpula é uma graça, com uma vista linda pro lago e todo limpo, confortável e com uma cozinha a disposição dos hospedes caso não queiram comer no restaurante do hotel ou fazer um café ou chá de coca que é muito útil nessa altitude. Depois de resolvermos a hospedagem fomos tratar de matar a fome em um dos muitos restaurantes da rua principal. A gente tinha a opção de fazer uma trilha até o morro do calvário que dizem ter uma vista incrível, mas o Mendel estava passando mal e resolvemos caminhar nas partes mais baixas e ir até a basílica de Nossa Senhora de Copacabana e observar como funciona a vida local com as feiras, as cholas, a benção dos carros (as pessoas compram carros e levam pra ser benzidos na igreja. O engraçado é que enfeitam os carros com flores, bandeirinhas). Começou a esfriar e voltamos pro nosso hotel, jantamos por lá mesmo e fomos dormir, já que no dia seguinte iríamos bem cedo pegar o barco para a Ilha do Sol.
Acordamos cedo e seguimos em direção ao lago pra pegar o barco para o lado norte da ilha. A viagem dura em média 3h. A nossa intenção era descer no lado norte e fazer a trilha para o lado sul o mais bonito e com maior infra-estrutura. Só que estava chovendo bastante, um frio de rachar e o Mendel querendo a qualquer custo fugir da trilha que duraria mais ou menos 2h morro acima. Até começamos a subir, mas fiquei com dó do Mendel que a todo tempo parava, esfregava a cabeça e estava bem ofegante. Resolvemos descer e ficar no lado norte esperando o horário do barco pra voltarmos a Copacabana. Foi a melhor decisão que tomamos. Eram 11h da manhã e o barco só sairia as 13h. Decidimos comer algo em um restaurante, mas desistimos rapidamente quando vimos as condições de higiene do local. Compramos uma pringles, coca cola e um chocolate e almoçamos sentados em uma muretinha debaixo de chuva. Na hora do barco sair como Murphy é nosso amigo parou de chover e abriu um céu lindo.
No barco o Mendel só dormia, reclamava muito de dor de cabeça, enjoo e não quis ficar comigo na parte de cima curtindo a paisagem. Nessa hora eu realmente comecei a me preocupar se fossem somente os efeitos da altitude já deveriam ter passado ou diminuído e não o contrário. Decidi que quando chegássemos iriamos procurar um local para verificar a pressão arterial dele (Mendel tem hipertensão há 3 anos, toma remédio diariamente e segue com vida normal) . Chegamos na farmácia e a pressão estava em 16 por 10, a farmacêutica ficou preocupada e recomendou que ele tomasse o seu remédio e fosse repousar, só que o remédio do Mendel não é recomendado para emergências. Resolve que iríamos ao hospital mesmo contra a vontade dele que achava que estava estragando a viagem. Fomos andando e perguntando pelo hospital que todos diziam ser logo ali, só que o logo ali era morro acima e nem tão ali assim. Chegamos ao hospital público e fomos atendidos imediatamente pelo enfermeiro de plantão que verificou a pressão do Mendel que nessa hora já estava em 14 por 12, muito preocupante e eu já querendo o telefone da embaixada brasileira pra ver se alguém nos tirava de lá o mais rápido possível com o coração na mão. Veio o médico que receitou um outro medicamento e explicou que o do Mendel não funcionava na altitude e o colocou no oxigênio. Fomos muito bem atendidos e o médico super atencioso. Fiquei aliviada e felizmente surpresa sabendo que apesar do susto a gente teria um hospital pra correr. O médico me deu a fatura da consulta e dos medicamento pra pagar, tudo custou somente 52 bolivianos (para estrangeiros é cobrado uma taxa) , mas na pressa de procurar um hospital não troquei dinheiro e eles não aceitavam dólar nem euro. Deixei o Mendel no oxigênio e voltei a pé atrás de uma casa de câmbio, nessa hora enquanto andava chorei de medo, de gratidão por um hospital e pedi a Nossa Senhora de Copacabana que nada de ruim acontecesse a ele. Voltei congelando pro hospital, eu esqueci meus casacos lá e na pressa sai só com uma camisetinha e o Mendel já estava com uma carinha bem melhor e a pressão já tinha abaixado mais um pouco. antes de deixarmos o hospital a enfermeira disse que qualquer coisa pra gente voltar que ele funcionava 24h, mas graças a Deus não foi necessário.
Depois de sair do hospital eu precisava de uma segunda opinião, desabafar com alguém e a única pessoa que pensei foi na Jackie que tem o maridón médico e que não ficaria desesperada. Mandei uma mensagem explicando tudo dando o nome dos medicamentos e procedimentos, ela me respondeu dizendo que o Rômulo tinha pesquisado sobre os medicamentos e que estava tudo certinho. Ficamos imensamente tranquilos e gratos pela ajuda. Valeu mesmo Jackie e Rômulo. Claro que nossos pais só souberam disso tudo quando voltamos, no dia quando liguei pra minha mãe pra desejar feliz ano novo, a primeira coisa que ela perguntou foi: e a pressão do Mendel? Eu disse que tava tudo ótimo.
Depois de sair do hospital eu precisava de uma segunda opinião, desabafar com alguém e a única pessoa que pensei foi na Jackie que tem o maridón médico e que não ficaria desesperada. Mandei uma mensagem explicando tudo dando o nome dos medicamentos e procedimentos, ela me respondeu dizendo que o Rômulo tinha pesquisado sobre os medicamentos e que estava tudo certinho. Ficamos imensamente tranquilos e gratos pela ajuda. Valeu mesmo Jackie e Rômulo. Claro que nossos pais só souberam disso tudo quando voltamos, no dia quando liguei pra minha mãe pra desejar feliz ano novo, a primeira coisa que ela perguntou foi: e a pressão do Mendel? Eu disse que tava tudo ótimo.
Sopa de quinoa
Criança fofa, são todas lindas com bochecha rosa
Na área do nosso hotel tinha umas ovelhas pastando
Tinha um filhotinho com 5 dias de vida. Queria trazer pra casa.
Vista do nosso hotel
Basílica de Nossa senhora de Copacabana vista do nosso hotel
De pertinho, essas barraquinhas vendem os apetrechos pra enfeitar os carros
Indo pra Ilha
Ilha do Sol com muita chuva
Tartarugas gigantes
Começando a fazer a trilha
Mendel passando mal
Na hora de ir embora o sol apareceu. Murphy nos ama.
Voltando em cima do barco e o Mendel em baixo dormindo
No hospital
Deixamos o hospital, passamos em uma vendinha compramos ingredientes pra fazer a nossa ceia e seguimos pro hotel. Fizemos nossa ceia, jantamos, tomamos um vinho, conversamos com outros hóspedes. Comemoramos a virada do ano no horário do Brasil e fomos dormir as 23h no horário de lá. O dia tinha sido longo e cheio de preocupações. No dia seguinte em direção a Puno no Peru
Fazendo a ceia
Ingredientes limitados, mas ficou bem gostoso
Macarrão com atum
Sobremesa: banana caramelada com ganache de chocolate
Marco que mostra a fronteira entre a Bolívia e o Peru
5 comentários on "Bolívia - Peru: Parte II"
Danee, mta coisa pra uma viagem só!
Caramba que perrengue! Caraca! Imagino seu desespero com a pressão do Mendel quase juntando uma na outra! :-o
Minha avó tb é hipertensa e ela MORRE de medo dessas viagens exatamente por conta disso.
Enfim, graças a Deus ficou tudo bem!
Fotos incríveis! Depois vc recuperou os casacos? Achei esse casaco étnico super lindo e é mega tendência!
Bjssss
Nossa, que susto!!! Ainda bem que deu tudo certo e que bom que vcs encontraram atendimento médico lá (essa é uma das coisas que me preocupa muito quando viajo...sempre levo um estoque de remédios comigo, caso seja necessário...) E que bom que a Jackie e o Romulo puderam dar uma ajuda. Muito bom ter amigos médicos internautas nessa hora, né? :)
Tirando o susto do Mendel, vcs deram uma boa sorte, né? Conseguiram o hotel que queriam, o sol abriu na hora certa...Santo forte esse :) Fico feliz que tenham aproveitado bastante. E o local parece ser lindo mesmo. A vista do hotel é belíssima!
Beijinhos e boa semana!
ainda bem que foi só um sustinho e passou, mas em viagens às vezes acontece mesmo isso. A gente vai aprendendo muito com esses acontecimentos.
Pelas fotos, parece que vcs sentiram bem a mudança de calor do RJ pros lugares visitados né? mas sei que deve ter valido muito cada segundo de frio...rs
Bjs
Gente, quando vc falou não achei que tivesse sido tão sério assim. E graças a Deus que o hospital era bom!!
Ah adorei essa frase, de que Murphy ama vcs! kkk
Danne, sempre que vcs precisarem, podem nos procurar, ainda mais sabendo que eu to quase sempre online, qq coisa a qq hora, me manda uma msg, viu?
A isla del sol é demais ne? A gente dormiu na isla. quase morro na travessia, é mt puxada msm. eu tb senti muuuuito. cheguei no hotel e dormi. mas na bolivia é onde quero voltar. é mt lindo. bjs!
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