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Cheiro de goiabada


Olá pessoal,

Este post foi publicado por mim na sexta-feira no blog que a minha família fez para manter contatos e informações sobre a saúde da minha vovó que no início do ano nos deu um susto. Hoje divido ele com vocês.


Denise, vovó e eu no dia das mães do ano passado.

Não sei o porquê mas o cheiro do doce de goiabada me remete imediatamente à minha tão amada vó Júlia. Talvez seja por causa das lembranças mais antigas que tenho da casa da vovó. As férias de janeiro eram sempre recheadas de aventuras mil e quando chegávamos na casinha dela, a mesa estava sempre repleta de doces caseiros feitos com frutas colhidas no quintal. A casa tinha aroma desses doces e do café com grãos moídos na hora. Acho que vem daí a conexão que faço até hoje do doce de goiabada (meu preferido) com a minha avó.

Foi na casa dela que aprendi a subir em árvores a delícia de comer goiaba no pé sem nem se importar com os bichinhos, tirava a minhoquinha e comia, sinal que a fruta tava boa e sem veneno já dizia vovó, nunca vou esquecer do meu tão amado pé de amora e das incansáveis horas que passávamos ali em cima. Eu, Denise, Léo e Renato fazíamos dele praticamente a nossa casa. Amora comprada no mercado não tem o mesmo gosto. Depois que cortaram o pé nunca mais comi amora. Aprendi a pisar no chão de terra sem chinelo, aprendi a correr de cachorro, quantas vezes isso me foi necessário ao roubar mangas do vizinho, aprendi que o corte do arame farpado machuca, mas não mata, aprendi a andar de salto na rua de paralelepípedos, aprendi a tomar banho de cachoeira. Enfim, aprendi tantas coisas, que ficaria repetitivo citar todas aqui.

Foi nas longas viagens de idas e vindas que comecei a perceber como o nosso país é grande, cheios de contrastes e com muuuuita terra “vazia”, lembro da primeira vez que perguntei ao meu pai porque tinha gente sem lugar pra morar se tem tanta terra “vazia”. Ai ele percebeu o “problema” que estava por vir :D

Foi indo e vindo da casa da vovó que aprendi muitas coisas, inclusive sobre mim. Hoje, eu cresci, o pé de amora não tá mais lá, a mesa já não tem os doces caseiros que inundavam a casa com um aroma delicioso, não só dos doces, mas era cheiro de carinho. As idas e vindas já não são tão freqüentes, as responsabilidades adquiridas não me permitem mais esquecer da vida em cima do pé de amora. Mas o mais importante ainda está lá, minha avó com mãos tremulas continua me recebendo com um beijo carinhoso na testa e com seu doce cheirinho de goiabada.

Vó Júlinha, amo você! Obrigada pro me propiciar vivenciar a vida em uma cidade pequena e que por muitos e muitos anos você continue a me receber com um beijo na testa e seu cheirinho de goiabada.


beijocas

7 comentários on "Cheiro de goiabada"

Carol on 7 de fevereiro de 2011 às 19:25 disse...

Ai que delicia! Vó é tudo mesmo! Nos ensinam tanto.. devo quem eu sou à minha.

Mas eu nao comeria a goiaba com bicho ehehhe

Melhoras pra ela!

Beijinhos

Liliane on 7 de fevereiro de 2011 às 21:05 disse...

Que gostoso!
Ah, então a sra. comia amora no pé? Eu AMO amora. :)
E sou apaixonada por doce goiaba caseiro. Humm...posta uma receita de doce de goiaba pra gente =D
Espero que sua vó fique bem!
Beijos

Laiz Malafaia on 7 de fevereiro de 2011 às 23:53 disse...

Que coisa linda! Casa de vó é sempre uma delicia, né?

Lendo seu post, lembrei de tanta coisa que vivi na casa da minha vó e na casa das avós dos meus amiguinhos..rsrs

Toda avó é uma delicia! =)

Mayra on 8 de fevereiro de 2011 às 00:47 disse...

Nenhuma das minhas avós, foram aquelas avós típicas com a sua. Minha sorte é que tive bisas, nada menos do que 3! Elas sim eram vozinhas de doces e tudo mais! Bjos

Ju on 8 de fevereiro de 2011 às 08:22 disse...

Lindo texto xará, emocionante!
Realmente, amora madura no pé é uma delícia, docinha toda vida... bem diferente daquelas que compramos em supermercado! quando era adolescente, andava mt a cavalo no sítio da minha professora, e ela sempre me levava num haras para passear e lá a gente ficava horas na sombra pegando amora ;)

As situações não se repetem, mas a lembrança é eterna, né?

bjo grande

Maitê on 8 de fevereiro de 2011 às 12:11 disse...

Danee ...

Que delícia !!!!!!!!!!

Fiquei com saudades da minha vozinha !!!!! Não vejo a hora de ir ao Rio ...

Beijinhos enormes !!!!!!!!

Anônimo disse...

Vó é tudo! Deu uma baita saudade da minha agora... :(
Que ela fique bem, viu?

beijos

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